Saiu publicado no portal Futebol Interior comentário sobre o rebaixamento antecipado de quatro times tradicionais à Série A3 do ano que vem. Acredito que o fato merece reflexão de todos os torcedores e amantes do futebol enquanto esporte, e principalmente dos dirigentes, face ao lamentável estado em que se encontram os clubes do interior que se dedicam, sem retornos ou apoios dos órgãos controladores e da mídia, a este segmento de entretenimento popular, lembrando que sem clubes não há campeonatos, e sem competitividade a qualidade também decai como um todo.
Rebaixados retratam situação frágil do Interior
Campinas, SP, 14/abr/09 (AFI) - Quatro clubes tradicionais do futebol do interior acabam de ser rebaixados para a Série A3 do Campeonato Paulista, o que equivaleria à Terceira Divisão. Ferroviária, Portuguesa Santista, Juventus e Comercial outrora já brilharam na elite paulista, mas agora engrossam as estatísticas dos clubes maltratados pela Lei Pelé e abandonados pela Federação Paulista de Futebol.
A Lei Pelé, criado por um grupo de tecnocratas, teve um caráter vingativo, porque seu principal objetivo era brecar as ações de alguns cartolas. Para vencer a queda de braço, este grupo não se importou de penalizar TODOS os clubes formadores, que investiam nas categorias de base e, alguns bem outros mal, exerciam um importante trabalho social.
A malfadada lei deu todo poder aos empresários que nunca investiram na formação e só tiraram proveito dos “bons” jogadores em detrimento de muitos de menor condição técnica ou azarados.
Quanto à direção da Federação Paulista de Futebol pouco importa com o destino dos clubes do Interior.
Afinal de contas, as grandes torcidas estão em festa porque todos estão nas semifinais. Desde 2000 que Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos não disputavam as semifinais do Paulistão. E reuniram méritos para tanto, mesmo porque receberam cada um R$ 7,5 milhões de cota de TV contra R$ 1,4 milhão dos outros 16 participantes.
Há necessidade de uma mudança radical nesta filosofia atual, que deveria vir de lideranças positivas. Mas elas existem? Eis a questão.
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Sobre a questão de cotas, vale lembrar ainda que os clubes da série A2 receberam no início deste ano a "fortuna" de R$ 80 mil reais, enquanto que os da série A3 receberam R$ 60 mil, cotas únicas para todo o campeonato, valores inferiores às despesas de um único mês. Enquanto isso, em todo o mundo, os clubes - sejam grandes ou pequenos - sobrevivem à custa das cotas de transmissão que chegam a representar até 60% da sua renda!
A FPF e a mídia de modo geral demonstram assim estar na contramão da história, elitizando cada vez mais o futebol que nasceu popular e assim devia permanecer, ao concentrar a renda e o público nas mãos de poucos grandes em detrimento da imensa maioria dos clubes do interior. Ou será que a FPF e a mídia concordam que bastam apenas 4 clubes para montar um campeonato estadual, fidelizar os torcedores e assegurar a audiência televisiva de todo o interior durante o ano todo e por anos a fio?...
Se subirmos à Série A1 (e subiremos!) o São José não terá tratamento diferente da maioria dos clubes que compõem a elite do futebol paulista, e receberá a mesma cota desses clubes, 5 vezes inferior à dos 4 grandes, a menos que algo aconteça que mude essa política adotada pela Federação e pelas emissoras de TV.
Então, se o São José pretende permanecer na elite sem virar time "io-iô", é imprescindível reivindicar uma cota maior e mais justa (que deveria ser distribuída de forma mais democrática para todos), já que - como disse no início - sem clubes competitivos, não há campeonatos empolgantes para atrair os consumidores do espetáculo ou da audiência, e nem clubes que resistam por muito tempo sustentando um time de boa qualidade, sem renda compatível para saldar os compromissos financeiros firmados.
Deste modo, faço aqui um apelo, um pedido desta torcedora da Águia para a sua diretoria: comece a articular desde já um movimento a nível estadual objetivando pressionar a FPF no sentido de rever a sua atitude em relação aos pequenos de todas as séries paulistas, desde a Segunda Divisão até a série A1.
terça-feira, 14 de abril de 2009
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2 comentários:
Oi YASMIN, tudo bem?
Outro dia, estava assistindo um programa esportivo da TV BANDEIRANTES, e vi o REPÓRTER FERNANDO FERNANDES dizer:
"_ O campeonato paulista da SÉRIE A1 tem muitos clubes, o ideal seriam 12 times".
Além da FPF à imprensa esportiva da capital está nem aí para os clubes do interior. Se não fosse a REDE VIDA, o campeonato não seria transmitido na TV. Jornalistas conceituados como JUCA KFOURI da ESPN BRASIL e da RÁDIO CBN, FLÁVIO PRADO da TV GAZETA e RÁDIO JOVEM PAN, querem que os clubes do interior acabem, este último jornalista citado nem vai comentar as partidas no estádio mais, prefere ficar na RÁDIO JOVEM PAN comentando o jogo assistindo pela TV.
Mas voltando ao seu BRILHANTE texto é triste ver os clubes tradicionais do interior nessa situação. Você sabia que já foram celeiros de craques para o futebol nacional? Por exemplo, dos clubes que cairam.
FERROVIÁRIA:
O volante DUDU que fez sucesso no PALMEIRAS na década de 60 e 70, o centroavante TÉIA que desbancou nada mais nada menos que PELÉ (acho que você já ouviu falar!!! rsrs), no CAMPEONATO PAULISTA DE 1968 com 22 gols, o atacante GRAFITE, que jogou no SÃO PAULO e hoje está no futebol alemão.
COMERCIAL:
Os atacantes GUINA e MAURICINHO que jogaram no VASCO DA GAMA, meio-campista DIEGO que jogou no SANTOS e hoje está no futebol alemão.
JUVENTUS:
Meio-campista LIMA, jogou no SANTOS de PELÉ, meio-campista BETINHO que jogou no PALMEIRAS nas décadas de 80 e 90, ATALIBA, meio-campista, bi-campeão paulista com o CORINTHIAS (1982,83), EDU MARANGON, meio campista, jogou na PORTUGUESA e no PALMEIRA na década de 80 e 90.
PORTUGUESA SANTISTA:
SOUZA, meio-campista, jogou no SÃO PAULO e hoje joga no GRÊMIO DE PORTO ALEGRE.
YASMIN, poderia aqui citar outros clubes do interior, mas vou centralizar nos rebaixados à SÉRIE A3. Infelizmente os dirigentes estão acabando com a maior alegria do povo brasileiro, o FUTEBOL!!!
Um grande abraço!
FABIANO MARINI
Bom dia, Fabiano!
Que bom receber comentário tão enriquecedor!!! Sabia que todos os clubes rebaixados eram excelentes reveladores de talentos, mas não sabia quem eram esses craques... agora sei :)
Realmente é muito doloroso assistir impotentes à decadência das ex-elites. Claro que a culpa não é só da Federação ou da imprensa, e os dirigentes dos clubes pecam pela incompetência, mas pelo menos eles estão tentando (de algum modo) reverter a situação. Espero que todos esses clubes do interior acordem e se unam para melhorar a realidade presente, e consigam manter as suas categorias de base que são o grande celeiro dos talentos, para o bem do esporte, do público e da sua própria sobrevivência.
Abç
yasmin
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