Psicologia e Futebol

Soube hoje que a direção da Águia conseguiu - finalmente! - fechar o acordo de patrocínio com a SABESP, fornecedora da água potável e coleta e tratamento de esgotos da cidade. Embora os valores envolvidos não tenham sido revelados, os diretores do clube já correm atrás de reforços para a equipe. O que (nas palavras do técnico) poderia custar ao clube algo como R$ 25 mil pela temporada atual.

Pensando sobre as partidas da Águia que já acompanhei - neste e em outros anos - tenho percebido a importância do domínio emocional dos jogadores durante os 90 minutos de uma partida, principalmente quando a qualidade técnica de ambas as equipes se equiparam (como é o caso deste campeonato). Nessas partidas, a derrota nem sempre é "azar" ou "infelicidade", vence a equipe com maior coesão e entrosamento, e a frieza e a calma de cada um dos seus jogadores.

No mundo empresarial, muito se tem falado de "inteligência emocional", ou a capacidade de reconhecer as emoções (as próprias e as do outro) e obter maior domínio sobre as mesmas. Ou seja, quem for "mais inteligente emocionalmente" tem maiores chances de alcançar sucesso.

Acredito que no mundo dos esportes, o mesmo é ainda mais válido, quando o atleta tem um prazo muito exíguo (coisa de segundos até algumas horas) numa competição para dar o máximo de si e se superar.

Os atletas, de modo geral, já possuem uma capacidade diferenciada de controle emocional. Entretanto, todos são seres humanos e passíveis de uma hora ou outra sentirem medo, intimidação, apatia... Uma orientação bem conduzida poderá ser de grande auxílio para uma equipe já coesa como a nossa trabalhar a sua própria concentração no jogo e maximizar a eficiência do conjunto nas partidas, conduzindo a Águia no seu vôo mais alto.

Daí que... (lá vou eu sonhando outra vez!) veio à minha mente, se não seria possível os dirigentes da nossa querida Águia usar um pouco dessa verba adicional que acaba de ganhar com o patrocinador, no treinamento dos nossos atletas para que eles consigam desenvolver e melhorar essa inteligência emocional.

Há vários métodos para se obter domínio das suas emoções. Desde os mais antigos (e de efeito mais lento) como as meditações zen-budista e yogui, até (modernos e mais rápidos) treinamentos em neurolinguística e técnicas comportamentais modernas. O método escolhido não é o mais importante, o importante são a capacitação do profissional orientador e a dedicação dos jogadores (e de toda a comissão técnica também!) para assimilar em curto espaço de tempo as técnicas de controle das suas emoções. Com certeza, se isto ocorrer, o dinheiro será bem gasto, será um investimento verdadeiramente valioso e seguro, quem sabe até mais do que a contratação de reforços cuja produção pode eventualmente não corresponder à expectativa (não que desaprove a busca de bons jogadores, muito pelo contrário, ela tem que acontecer e bem rápido!)

Será que estou "delirando" alto demais, novamente?...