terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Proteção ambiental e estádios de futebol

Desta vez, vou falar de um outro assunto que não envolve a Águia diretamente, mas que faz parte do rol de interesses meus. É sobre o meio ambiente e a necessidade de praticarmos a proteção ambiental no cotidiano de cada um de nós, cidadãos.

Tenho outro blog onde concentro as minhas reflexões sobre esse assunto, e procuro não misturar as estações. Hoje, no entanto, ambos os assuntos - meio ambiente e futebol - colidiram num post. Então resolvi replicar abaixo:

"Tenho estado longe deste blog, meio "ocupada" acompanhando o início da temporada 2009 de futebol.

Mas, enquanto acompanhava as partidas, uma idéia surgiu e se transformou em um sonho.

A idéia é aliar a proteção ambiental ao laser. O que estou "sonhando" é ver os estádios de futebol sendo auto-suficientes no consumo da energia. Os estádios de futebol têm uma área enorme, e mesmo considerando que muitos não têm cobertura ou apenas parcial, quando há cobertura ela tem uma superfície grande, cerca de 1.000m², se considerarmos apenas um dos laterais do campo. Que poderia receber os painéis com células fotovoltaicas captando a energia solar.

A idéia não é nada inovadora a nível mundial, mas nas terras brasileiras, só soube de um caso isolado - um show de rock, que aconteceu a céu aberto em Santa Catarina em 1998, e cuja experiência aparentemente não se repetiu... Gostaria de ver os poderes públicos constituídos - ou clubes que possuem a sua própria arena - comprando a idéia e instalando de forma permanente os painéis solares nos estádios, dando o exemplo para o povo no seu laser mais popular, o futebol.

Claro que para o pleno aproveitamento da energia solar, é necessário muito mais que painéis solares. Precisa de baterias, conversores, e outros equipamentos. E como prevenção contra a pane ou dias nublados, a rede pública ainda não pode ser descartada.

Suponhamos (estou, neste momento, com preguiça enorme de fazer levantamentos ou cálculos... sorry!) que: entre refletores de 2.000 watts cada, placar luminoso, cabines de imprensa e som, iluminação para o público, lanchonetes, bares e bilheterias, etc, o consumo geral fique em cerca de 90 kwh em cada jogo noturno realizado. Isso dá aproximadamente 300 m² de painéis, uma área muito menor que a cobertura da maioria dos estádios brasileiros. [Observação: Segundo "Greenpeace", cada metro quadrado de um painel pode gerar até 100 watts de potência; num dia com apenas 8 horas de luz solar, cada painel poderia, então, enviar à bateria 0,8 kw a ser armazenado. Sendo assim, o custo maior da instalação talvez fique por conta das baterias de armazenamento que precisam ter uma capacidade total mínima de 100 kw.]

Por outro lado, li algures que, para um consumo familiar de até 70 kwh ao mês, o custo do kit solar (fornecido pelo governo) é cerca de US$ 14,00 por residência. Apesar de a comparação ser uma temeridade (pois, para residências de classe média que buscam isoladamente essa fonte, o custo de instalação pula para cerca de U$ 30.000,00!), somente para efeito de visualização da ordem de grandeza dos valores envolvidos: em termos de kits residenciais subsidiados, a necessidade energética de uma partida de futebol - de 3 horas de duração, entre a chegada e saída do público - equivale a algo em torno de 1.500 kits do tipo econômico, ou seja, um custo de investimento de US$ 210.000,00 ou R$ 500.000,00. Convenhamos, não é nenhum valor astronômico para uma iniciativa do poder público.

E ainda tem a seguinte vantagem: como durante a maior parte do tempo o estádio fica ocioso, o excedente de energia acumulada poderá ser desviado (mediante convênio com o fornecedor local de energia elétrica) para residências próximas ou para a iluminação das vias públicas, resultando numa boa economia para os cofres públicos e ou para o executor do projeto.

Observemos que se um clube buscar sozinho essa instalação, sem ajuda do poder público local, o custo poderá ser proibitivo para a maioria. Mas quem sabe, não tão impossível, pois há a possibilidade de redução do valor investido devido à economia de escala. Além disso, acredito que nenhuma prefeitura recusaria fazer o convênio com o clube ajudando na execução do projeto, pois é uma iniciativa de valor social e ambiental inestimáveis e que ganha cada vez maior apoio da própria população.

Bem, os números que expus aqui são estimativas extremamente grosseiras e sem valor algum em termos de um planejamento. A intenção deste post é apenas registrar um sonho meu, esperando que alguém tome isto a sério e faça os levantamentos mais consistentes para viabilizá-la.

Mas, tenho a mais absoluta certeza, a idéia não é nenhum bicho de sete cabeças, nem mirabolante. É totalmente exeqüível, economicamente viável, e de muitos retornos (diretos e indiretos) ao executor e ao meio ambiente."

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Será que o prefeito Cury compraria a idéia? Afinal, Martins Pereira é hoje da Urbam, uma autarquia do governo municipal e um dos órgãos responsáveis pela proteção ambiental da cidade.

5 comentários:

Anônimo disse...

Oi YASMIN, tudo bem?

Muito interessante o que vc escreveu. Será que com a COPA DO MUNDO DE 2014, sendo no BRASIL, os ESTÁDIOS adotarão este sistema?

Assistindo o especial da REDE VANGUARDA no começo do ano (NÃO ME LEMBRO O NOME DO ESPECIAL), eles mostraram o ESTÁDIO DO CLUBE ALEMÃO SHALKE 04 na cidade de "bom deixa pra lá" rsrs, existe um sistema que é parecido com o que vc escreveu brilhantemente.

FABIANO MARINI

Anônimo disse...

Oi YASMIN, tudo bem?

Escrevi um texto com o TÍTULO, A CULPA É DA TELONA, no blog, torcedordaaguia.blogspot.com. Espero que goste!!!

FABIANO MARINI

Anônimo disse...

Olá, Fabiano :)

Adorei o seu artigo! deixei um comentário lá.

Sobre o uso da energia "ecologicamente correta", os estádios brasileiros estão providenciando, sim, a instalação dos painéis solares em praticamente todos aqueles que vão abrigar os jogos da Copa. Os organizadores não fazem isso por cidadania e consciência da necessidade de preservar o meio ambiente e retardar os desastres maiores (que ainda virão!) advindos do efeito estufa, mas o resultado é benéfico de qualquer maneira.

Quando escrevi o post, eu não estava pensando nos grandes estádios de renome como o Maracanã ou Pacaembu, mas nos muitos estádios como o Martins Pereira, sem expressão no mundo, e que por isso mesmo ficam grande parte do tempo ociosos e inúteis para a sociedade.

Acho que um esforço conjunto entre a prefeitura, a Urbam, a AASJ e o próprio clube nessa iniciativa daria mais um destaque na importâcia que a Águia tem na cidade e traria ainda mais respeito do público de todo o Brasil à cidade e seu glorioso time de futebol. (Sem contar os dividendos políticos que os envolvidos receberiam).

Um grande abraço!
yasmin

Anônimo disse...

YASMIN, estou chateado com vc!!!

Como o MONUMENTAL ESTÁDIO MARTINS PEREIRA não tem expressão no mundo!!!

Na minha opinião a COPA DO MUNDO será um fracasso no país, pois, além dos valores dos ingressos serem exagerados, a não inclusão do MONUMENTAL ESTÁDIO MARTINS PEREIRA, também é um motivo para este fracasso.

FABIANO MARINI

Anônimo disse...

Rsrsrs! Certo, Fabiano!

Mas, vc há de convir comigo, não há muito "respeito" nesse "mundão de deus" pelo Martinzão, nem pela Águia... AINDA. Tanto que o nosso Monumental não foi incluído na Copa de 2014.

Mas, vamos torcer para que um Alex Cortes e/ou Flavio salvem a nossa Seleção do vexame igual da(s?) última(s)...!

Abração!
yasmin

Vexame no plural por causa da Seleção do Dunga. Vc acredita nela?...