Após os jogos das 5ª e 6ª rodadas onde a Águia perdeu fora e dentro de casa, ouvi pela rádio as declarações do técnico Rincón, o que me fez pensar...
Entre jogadores remanescentes da A2 e os trazidos pela diretoria ou pelo atual técnico, há bons e até excelentes atletas sob ponto de vista individual; têm mostrado boas jogadas e muitas vezes parecem superiores em campo, embora os resultados das partidas sejam os piores possíveis: em 6 partidas marcamos apenas 3 gols, somos a lanterna do grupo com apenas 4 pontos, mas campeão de expulsões com a média de uma expulsão por jogo. Os jogadores parecem a cada partida mais nervosos, inseguros, tímidos. E a frustração dos maus resultados está minando o bom humor e o companheirismo, o que é devastador para qualquer time de futebol.
O próprio técnico não parece ser de todo ruim. Aparentemente não usa de favoritismo em excesso, reconhece os talentos dos jogadores e não é medroso. Mas ao mesmo tempo, parece desconhecer completamente as técnicas de lidar com seus jogadores.
Pois não é possível que esses jogadores sejam tão limitados a ponto de segurar a lanterna da competição, eles têm mostrado que podem dar mais. A técnica não é o que mais faz falta a eles, o que falta é a segurança, autoconfiança e união, coisas que um técnico tem a responsabilidade de inspirar. Mas para isso, não basta ter sido ele próprio um bom jogador, precisa saber impor respeito pela liderança, afeição e confiança.
O técnico é como "pai" para os jogadores, ou "professor" como é - muito apropriadamente - chamado por seus subordinados. Um bom professor passa aos seus alunos o seu conhecimento e ensina-os a usá-lo para as tarefas da vida adulta. Além disso, e para que isso aconteça, o professor tem que ser um líder para pôr ordem na classe e cativar a atenção dos alunos facilitando a assimilação do conhecimento e prática do mesmo. Também é conselheiro para muitos problemas dos jovens e valioso ouvinte e cúmplice. Com ele os alunos adquirem não somente o conhecimento mas aprendem também, através do exemplo, a respeitar e a serem respeitados, aprendem a colaborar e fazer e ser amigos.
Essas qualidades parecem totalmente ausentes no nosso técnico, a deduzir pelas suas declarações. Desde a 5ª rodada, a sua linguagem é semelhante a de um estereótipo de sargento fustigando os seus soldados, e não de um professor ou pai. Como esperar garra, otimismo e tranquilidade dos seus subordinados a quem ele qualifica de limitados e "nâo-homens"? e ainda por cima, em público??? Ofensas nunca foram positivas para corrigir os erros ou melhorar o ânimo de ninguém, seja filho, aluno, soldado ou jogador de futebol.
Os jogadores não são soldados em guerra, muitos são jovens com pouca experiência de vida, ou reproduzem comportamentos inadequados ao seu meio por força do seu histórico, muitos vivem longe dos seus familiares... E todos têm sentimentos e desejos, e um dos mais fortes é a necessidade de reconhecimento e incentivo. O técnico é alguém que tem que ter a sensibilidade de ler essas necessidades e suprí-las, como um professor ou um pai devem suprir para os seus pupilos. E o nosso técnico Rincón não me parece ser a pessoa indicada para dar esse suporte para o time. (Eventualmente, a barreira linguística contribua para mal-entendidos também, já que ele vem de uma cultura diversa da brasileira, mas isso não justifica o seu aparente fracasso em ser o "professor" para os seus jogadores.)
40% das partidas já foram. Para reverter essa situação e subir na tabela em busca de classificação, acredito que será muito difícil com esse técnico. Quanto a jogadores, muitos ainda são incógnitas para mim, alguns deles podem até ser limitados ou lhes falte brio, mas eventualmente eles não estejam rendendo o que poderiam devido à falta de estrutura psicológica que os impede de jogar bem mesmo sob um "mau" comando... Já que a Copa é laboratório, quem sabe uma experiência com um novo professor faça o time render mais e melhor.
domingo, 9 de agosto de 2009
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