Desde o penúltimo jogo da primeira fase, tenho sido forçada a me limitar a dados sobre as partidas, por falta absoluta de condições. Aconteceram neste período tantas coisas sobre as quais gostaria de ter falado, e ainda pretendo fazer um breve resumo dos mesmos.
Mas entre tantos, um fato se destacou e merece um tópico à parte. Trata-se da arbitragem tendenciosa e suposto caminho - aberto aos torcedores - para correção das falhas que seres humanos podem cometer num jogo que depende sobretudo de "interpretação" dos acontecimentos dos que estão arbitrando em campo.
No jogo contra Rio Branco já ficaram bastante claras as falhas do juiz da partida que favoreceu e muito a equipe visitante, tendo ela conseguido a vitória com dois gols de vantagem. Naquela ocasião, a minha indignação ficou restrita ao desabafo neste blog.
Mas quando na partida seguinte a equipe da Águia foi novamente prejudicada pela arbitragem, não pude deixar de enviar minha reclamação ao Ouvidor da Arbitragem da FPF, via email. O ouvidor, mui atenciosamente, retornou a resposta pelo mesmo meio, onde me chamou a atenção a seguinte frase: "o pai do Marcelo foi árbitro comigo por mais de dez anos e tem um excelente caráter". Ora, no meu email eu não questionei o caráter do juiz (muito menos do pai dele) em momento algum; mas o ouvidor fez questão de defender o árbitro e sua família desde ANTES de analisar as imagens da partida que ele não havia ainda recebido, o que me colocou de sobreaviso quanto à isenção dessa análise.
Ontem recebi o seu parecer final, endereçado a todos os torcedores, que foi... muito além do que eu esperava. O ouvidor concorda que o juiz cometeu uma série de erros. Mas estes erros teria PREJUDICADO não a ÁGUIA mas a equipe do UNIÃO!
Segundo o seu entendimento, o árbitro Marcelo Alfieri devia ter expulsado mais um jogador da Águia aos 10 segundos da partida que siquer levou cartão amarelo e, em seguida, esse jogador é "cumprimentado pelos colegas pela atitude!" Esta frase, com ponto de exclamação (=emoção) foi chocante, na medida em que ela é prova (para mim) de que a emoção do ouvidor diante da falta cometida e posterior cumprimento dos companheiros (pela violência da falta, ou simplesmente por ter defendido um ataque?!) comprometeu a análise dos demais lances e suas interpretações, tais como cartão amarelo aplicado injustamente ao jogador do União, mais um pênalti a favor do União, além da correta arbitragem na repetição do pênalti defendido por Daniel, bem como a ausência de análise de todos os lances onde o árbitro prejudicou a equipe da Águia.
Toda essa análise estará publicada no site da FPF (Análise da Ouvidoria), e ao invés de endereçada aos torcedores joseenses, foi enviada como ofício para o dirigente do União São João.
E aqui tenho duas perguntas: Se o parecer foi elaborado em função das queixas dos torcedores da Águia, por que estaria endereçado ao União como ofício? E se o ofício é endereçado ao União, isto é prova de que os dirigentes do São José deixaram de reclamar enquanto que os do União São João reclamaram?!
De qualquer modo, ainda que esse parecer tenha sido elaborado em função apenas das queixas do União São João, ele me parece absurdamente parcial na medida em que não analisam os lances onde o árbitro prejudicou a equipe joseense.
Enfim... no país onde tudo parece acabar em pizza e impunidade, sou eu a errada por esperar isenção e imparcialidade de um Ouvidor? Ou, ouvidores são apenas figuras de enfeite só para dar aparência da correção, e eu é que sou a ingênua em acreditar que ainda existe justiça neste mundo?
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário